quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Instituto Padre Venâncio


60 idosas vivem no Instituto Padre Venâncio, no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife. Os caminhos que levaram essas mulheres até o abrigo são bem parecidos. Algumas vieram do interior para trabalhar no Recife como empregadas domésticas. Sem vínculos familiares, elas foram levadas pelos patrões para a instituição quando atingiram a terceira idade. Outras foram morar no local graças a conflitos de convivência com noras e genros. Há ainda aquelas cujos filhos não têm condições de lhes dar assistência por razões financeiras. "Nós acolhemos idosas com ou sem família, idosas de rua, vítimas de violência domésticas. Essas pessoas chegam aqui e nós tentamos resgatar a dignidade delas", afirma a diretora do abrigo, Maria do Rosário Costa, que há 13 anos está à frente da instituição.
O abrigo é vinculado à Arquidiocese de Olinda e Recife, que financia parte das despesas. O restante vem da taxa de 70% dos benefícios dos idosos que, por lei, podem ser destinados a esse tipo de instituição. No entanto, segundo Maria do Rosário, o espaço também recebe mulheres que não têm renda alguma. No local, 26 funcionários trabalham na limpeza, cozinha e assistência às senhoras. Elas também contam com o trabalho voluntário de um médico e uma nutricionista, além da presença de estudantes que realizam trabalhos de educação física e fisioterapia com as mulheres.
Darcy de Carvalho, de 63 anos, chegou ao abrigo amparada por um padre. A mulher não tem filhos, e sofria maus-tratos por parte do irmão, que lhe agredia fisicamente. "Ele fez muita miséria comigo", conta. Rosana Pereira, de 66, veio de João Pessoa para o Recife aos 18 anos, e passou 34 anos trabalhando numa casa onde cuidava de uma criança deficiente. "Quando eu cheguei, eu estranhei muito. 34 anos numa casa não são três dias", diz. Aos 72 anos, Dona Lindalva Rodrigues adora estar em contato com jovens, tanto que chegou a morar num pensionato de estudantes. Ela não tem filhos, e sua família são os sobrinhos, que desde que ela chegou no abrigo, há três meses, ainda não foram visitá-la. "Da família ainda não veio ninguém", fala.
A ausência da família não é um problema apenas de dona Lindalva. Grande parte dessas idosas recebe poucas visitas. "Elas têm muita história para contar, mas muitas vezes não têm quem as ouça", diz Maria do Rosário.

Um comentário:

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Cynthia Brito

Cynthia Brito
Na beleza de uma flor se esconde o brilho da simplicidade.

Tão natural!

Pedro Bial

Pedro Bial
"É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momentos e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem souber ver."

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